Prefeito cassado de Campinas vai ao MP e diz ter sido vítima de extorsão

O ex-prefeito de Campinas (SP) Demétrio Vilagra (PT), cassado em 2011, prestou depoimento ao Ministério Público na tarde desta quinta-feira (3), onde relatou que foi assediado pelo grupo suspeito de tentar extorquir autoridades em três cidades da região. De acordo com o defensor do ex-chefe do Executivo, Ralph Tórtima Stettinger, ele foi procurado por um advogado que teria oferecido influência sobre o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado e funcionários do Poder Judiciário para livrá-lo de possível condenação no caso Sanasa. O suspeito teria pedido R$ 150 mil pelo benefício.

“Nós entendemos de ir ao Ministério Público porque o Demétrio, entre fevereiro e final de março, estava tomando refeição em um determinado lugar e foi abordado por um sujeito que se diz advogado […] e disse que poderia transferir a causa dele, porque conhece bem o Ministério Público e tem parentes no Tribunal de Justiça e que poderia ser útil”, explica Stettinger.

Na terça-feira (1), o Gaeco cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em vários pontos de Campinas, entre eles, a Delegacia Seccional e a sede do Departamento de Polícia Judiciária do Interior 2. Segundo a assessoria do MP, dois advogados foram presos em flagrante por receptação e porte ilegal de munição, mas liberados na sequência após pagamento de fiança.

O ex-prefeito Demétrio Vilagra é acusado de formação de quadrilha e corrupção passiva no suposto escândalo de corrupção na Prefeitura de Campinas. Procurado pela EPTV, afiliada da TV Globo, o defensor José Tavares Paes Filho, que representa o advogado Fabiano Panattoni, um dos detidos durante a operação do Gaeco, afirmou que não teve acesso às acusações do MP e que, portanto, não irá comentá-las.

Polícia Civil e Promotoria Pública fazem operação conjunta em Campinas (Foto: Reprodução / EPTV)Polícia Civil e Promotoria Pública fazem operação
conjunta em Campinas (Foto: Reprodução / EPTV)

Suspeito é casado com promotora
Fabiano Panattoni foi mencionado pelo secretário de Relações Institucionais de Monte Mor (SP), Miguel Padilha, como a pessoa que o procurou na Prefeitura e pediu R$ 130 mil para livrá-lo de uma investigação da promotoria, que na verdade nunca existiu. O suspeito é casado com a promotora Maria Cristina Panattoni, mas o MP não confirmou se ela será investigada.

O prefeito de Jaguariúna, Tarcisio Chiavegato (PTB), disse que também foi vítima do mesmo esquema de extorsão. Em nota, a Prefeitura afirmou que “todas as informações foram prestadas ao MP e aguarda o término das investigações”.

Caso Sanasa
O suposto esquema veio à tona em maio de 2011, quando 11 pessoas, entre elas secretários municipais e ex-diretores da Sanasa, chegaram a ser presas preventivamente durante uma operação do Gaeco. A suspeita de corrupção em contratos da autarquia motivou a abertura de duas comissões processantes na Câmara de Vereadores, em 2011. O então prefeito Hélio de Oliveira Santos foi cassado em agosto, enquanto que o vice, Demétrio Vilagra , deixou o Executivo após sofrer impeachment em dezembro.

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